Cinco poemas de Ingrid Carrafa
16 de abril de 2022
Seleção João Gomes
Seleção João Gomes
Ela era de um lirismo transgressor
Abria as coxas na frente do espelho e se tocava.
Nunca foi capaz de reprimir sua libido;
Era santo seu corpo,
Retiro de sua alma
E ao gozar
Transbordava mundos.
Pois é, Drummond,
A pedra que tinha no meio do caminho
Eu usei para pompoar.
Até então gozei gostoso...
E agora, José?
Grito,
Gemo,
Me toco
Todas as valsas vienenses.
Eu sou a festa!
E ela nem chegou na metade.
Eu o amava,
Mas também me amava
E viveria comigo mesma por muito mais tempo.
Essa coisa indefinida;
Ainda sem nome
Que lembra muito a liberdade.
Só eu mesma para me oferecer.
Meu coração é um puteiro decadente e sujo.
Nele toca uma canção triste,
e todos os amores fracassados rebolam no queijo.
Eu sou a cafetina embrutecida que observa tudo de
um canto sombrio enquanto fumo alguns cigarros e
termino a segunda garrafa de uísque contrabandeado.
Não escrevo para agradar ninguém.
Eu queimo.
Queimo por inteira.
Meu tesão pela vida se manifesta através de palavras.
Gozadas.
Orgásticas.
Meu tesão pela é o podre.
Marginalizado.
É o obsceno.
O sujo.
O que foi esquecido.
Cato palavras no lixo.
Reviro.
A minha náusea é constante e, sem a escrita,
minha escrita,
Eu já teria vomitado a mim mesma.
Abria as coxas na frente do espelho e se tocava.
Nunca foi capaz de reprimir sua libido;
Era santo seu corpo,
Retiro de sua alma
E ao gozar
Transbordava mundos.
Pois é, Drummond,
A pedra que tinha no meio do caminho
Eu usei para pompoar.
Até então gozei gostoso...
E agora, José?
Grito,
Gemo,
Me toco
Todas as valsas vienenses.
Eu sou a festa!
E ela nem chegou na metade.
Eu o amava,
Mas também me amava
E viveria comigo mesma por muito mais tempo.
Essa coisa indefinida;
Ainda sem nome
Que lembra muito a liberdade.
Só eu mesma para me oferecer.
Meu coração é um puteiro decadente e sujo.
Nele toca uma canção triste,
e todos os amores fracassados rebolam no queijo.
Eu sou a cafetina embrutecida que observa tudo de
um canto sombrio enquanto fumo alguns cigarros e
termino a segunda garrafa de uísque contrabandeado.
Não escrevo para agradar ninguém.
Eu queimo.
Queimo por inteira.
Meu tesão pela vida se manifesta através de palavras.
Gozadas.
Orgásticas.
Meu tesão pela é o podre.
Marginalizado.
É o obsceno.
O sujo.
O que foi esquecido.
Cato palavras no lixo.
Reviro.
A minha náusea é constante e, sem a escrita,
minha escrita,
Eu já teria vomitado a mim mesma.